Fim de ano e os jabás pululam nas redações. Mas isso não é o mais paradoxal, dentro daquela expectativa utópica de que jornalista não recebe presente, seja em nome da credibilidade ou da imparcialidade.
O que mais me chama a atenção são as expressões dos colegas ao receberem um ínfimo jabazinho. Desde canetas até champanhes caríssimas. Quem não ganha, reclama. Quem ganha - se for comestível -até coloca no informal café da tarde, e ainda acrescenta:
- Foi presente do Governador.
Uns mastigam com certa apreensão. Mas nada melhor do que chegar na baia e encontrar várias coisinhas. Umas acabam servindo de presente para a mulher da limpeza, pra tia do cafezinho. Elas amam. Param tudo, reunem as colegas, e futricam:
- Olha o que o Dr me deu! Não é lindo?
Tem gente que chega na redação e passa a mil por hora. A desconfiaça faz com que o indíviduo modifique o comportamento, que em outra instância era de total empatia para com os demais. Hoje ele passou voando.
- Nossa, o Dr passou tão rápido.
- É verdade, nem deu pra ver direito o que ele carregava. Sei que era grande e fazia barulho.
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Ah, sim! Eu não ganhei nada!!!
:~(