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0 comments | 8.8.02

Quarto Poder



Acredito que muitos de vocês não puderam acompanhar o Jornal Nacional desta quarta-feira. Bom, vou tentar resumir. Todos sabem que o Tim Lopes foi assassinado e que os homicídas ainda estão foragidos, os principais, ao menos. Discordando da realidade, o Delegado responsável pelo caso encerrou o processo após 65 dias com a seguinte sentença: o próprio jornalista buscou a morte, pois queria uma auto-promoção de sua imagem. Enfim, o Delegado culpou Tim Lopes pela sua própria morte. Dá pra entender isso?


Quem acompanha o caso deve saber que as imagens que sobraram da última reportagem - inacabada - de Tim apenas mostravam uma rua da comunidade onde os traficantes andavam soltos com armas pesadas em punho. Partindo desse princípio o Delegado, através dessas mesmas imagens, cedidas inclusive pela própria Globo, concluiu que ele não estava fazendo uma matéria sobre os bailes funks, como mandava a pauta - isso o delegado não deve saber - e sim suitando a matéria sobre a Feira das Drogas, que rendeu ao repórter o Prêmio Esso. Mas é de conhecimento geral que as fitas das gravações do baile funk foram encontradas junto ao corpo esquartejado e carbonizado do jornalista, inutilizadas, é claro. Willian Bonner ficou falando na televisão mais ou menos isso que estou escrevendo, no maior editorial televisivo que eu já pude acompanhar. Faltou-lhe até a voz. Ele contrariou tudo aquilo que a sentença da Polícia do Rio de Janeiro concluiu sobre o caso. Bonner falou também que a Rede Globo (estou falando com as minhas palavras) repudia a Polícia Carioca, assim como a comunidade onde Tim estava produzindo a matéria, que cansou de esperar pela Polícia para resolver os problemas no mundo paralelo, no poder parelelo que o tráfico exerce no Rio de Janeiro.


Acredito que caso como esse até então não tinha acontecido no telejornalismo brasileiro. Na imprensa em geral, que está, agora mais do que nunca, agindo como o Quarto Poder. Quero saber o que vai acontecer, qual será a atitude do infeliz Delegado frente ao poderio das palavras de Bonner, que apenas - creio eu - retransmitiu com tanta transparência a ideologia do maior império de comunicação brasileiro.

Deixo aqui minhas palavras. Quem não assistiu deveria, pois fez-se história.